domingo, 16 de novembro de 2008

SÓ PARA VOCÊ


Tem um som de flauta tocando lá fora. Corro para a janela. Um garoto uniformizado toca sentado no banco da rua. Flauta doce. Não era a surpresa que queria não, mas fico enternecida eu ouvir suas notas. Ele toca bem, suas canções soam belas. Seus dedos são brancos, mãos cumpridas e doces, como a própria flauta. Me remeto aos tempos que te ouvia tocar, com mãos tremulas, de dedos cumpridos e doces, de músicas profundas. Tempos idos que me causam surpresa. Tempos de saudade ou só lembranças que se partiram no meio.
Perco um suspiro no vento, podia ser um soluço. Não permito mais choros de amores que não aconteceram, não decolaram, ficaram pela metade. Desvio de dramas. Escuto só a canção, lembro do teu rosto infantil e o quanto de ternura que me infunde. Isso basta, é suficiente. Lembrar é o que me importa nesse momento.
Deixo escapar um sorriso. Acho que alguém vai leva-lo até você para que entendas o quanto te amo e o quanto o amor pode ser maior que o amor.

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